Resenha #394: "The Ancient Pestilence" (2022) - Spiritual Hate

Salve Headbangers! Em tempos que enfrentamos cada vez mais as doutrinas religiosas tomando as redes do poder no país, é um grande ato de protesto opus como os do Spiritual Hate. A horda de Diadema - São Paulo vem há mais de 15 anos se fortalecendo no cenário e como uma chaga no nazareno, cada álbum confirma sua supremacia. Contando na formação desse álbum com Blackmortem nos vocais e guitarras, Marcelo Noktuz no baixo, Mallus na bateria e Mobbirum nas guitarras. E se o primeiro registro "Diabolical Dominium" (2017) mostrava sua raiva, aqui temos uma evolução exponencial no ódio e na técnica.

Uma missa profana começa com o bater dos sinos e Haereticvm invade nossos ouvidos, aqui temos já o DNA do Spiritual Hate apresentado. Uma linha melódica de fundo que faz ligação com uma massa sonora como um encontro de dois rios, a influência de Behemoth é perceptível só que é inegável que o Spiritual Hate se encontra um degrau acima no quesito agressividade. A letra em si é um destaque com a última profanação de um condenado à fogueira, aqui quero dar o devido destaque a parte temática da banda, poucas vezes presenciamos um black metal que foge da crítica pela crítica, sendo extremamente ácido, mas com conteúdo. With Black Through The Ages tem uma aura triunfante, e notei influências de heavy metal, algo que vai se espalhar por todo o álbum em si.

Against Your Supreme Divinty é uma convocação à guerra, enquanto Babalon Manifest é um ode à Babalon, a grande mãe, não atoa, esse é um dos sons mais diversos, com destaque para as guitarras. A faixa título vem na sequência e prova que a religião é a guia dos lunáticos, só essa trinca já mostra o porque, hoje, o Spiritual Hate é, de forma incontestável, um dos maiores nomes do black/death nacional.

Na trinca final temos a ascensão e a vitória contra o maldito nazareno e sua corja. Bloodshed Ritual é aquele som onde, desde os primeiros segundos, você está bangeando. Hate Shall Prevail desmascara as falsas escrituras e prova que, na verdade, elas só apresentam uma válvula para um discurso de ódio e o ato final vem em Black Devotion assim como o trabalho abre com sinos, esse se encerra com o amanhecer de uma nova era.

Uma produção intocável, uma arte que cresce aos olhos e uma banda que esbanja profissionalismo! Que assim como a vitória de Lúcifer, podemos afirmar que a vitória do Spitirual Hate é iminente.

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TRACKLIST:

1) Intro

2) Hæreticvm

3) With Black Wings, Through the Ages

4) Against Your Supreme Divinity

5) Babalon Manifest

6) The Ancient Pestilence

7) Bloodshed Ritual

8) Hate Shall Prevail

9) Blackness Devotion

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FORMAÇÃO:

João Ribeiro - baixo;

Blackmortem -  vocais e guitarras;

Malus Peior Pessimus - bateria;

Mobbirum - guitarras.