Playlist de Uma Semana Extrema

Salve Headbangers! Quer saber o que esse redator que vos escreve ouviu essa semana? Provavelmente não, mas mesmo assim venho trazendo umas resenhas que são mais voltadas para death bangers, se te fazer querer ouvir algo novo, já é meio caminho andado!
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1) "Brutal Agre666ion" (2014) - Masacre
Cada região tem uma lista de bandas que são motivo de orgulho e que espalham o nome do seu país para a cena do underground mundial e quando nos referimos à Colômbia não poderíamos deixar de citar o grande Masacre, desde que eu assisti eles no Setembro Negro 2022 fiquei impressionado, eu já conhecia a discografia deles, mas ao vivo eles conseguem ser ainda mais brutais e revisitando todos os seus trabalhos, eu venho destacar o poderoso "Brutal Agre666ion".
Escolhi esse álbum, mas são mais de 30 anos de carreira, por isso que poderia falar também de "Reqviem" (1991), "Sacro" (1996) e "Total Death" (2004) o que faz eles serem um dos pioneiros do death metal em seu país!
Por isso mesmo que eles bebem da realidade de seu país para achar a inspiração que precisam para a extremidade do metal, a desigualdade social, a corrupção, a miséria, o tráfico de drogas, tudo isso gritado ora em inglês outras em espanhol, sendo que eu, por preferência, curto mais em língua nativa. Mas note, esse é um dos grandes diferenciais do Masacre, não apelar para o gore puro e simples e sim, um mau muito mais próximo da realidade!
Alex Oquendo tem um timbre muito forte e consegue cantar com um mix de raiva e total indignação com tudo muito compreensível, o que é importante para levar a mensagem de sons como Valle de la Muerte (Vale da morte), Mutilated e La Guerra. E não posso deixar de citar as máquinas de riffs que são Jorge Londoño (guitarra solo) e Juan Gomez (guitarra base), some a eles a produção do mestre Erik Ruttan e temos então um registro obrigatório para deathbangers.
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2) "Fragments of the Ageless" (2024) - Skeletal Remains
Vivemos uma época do renascimento do death metal, o número de bandas que vêm surgindo e ganhando cada vez mais seguidores é fantástico e um dos nomes que vem puxando essa nova frota é o Skeletal Remains.
E o que faz eles serem tão especiais na sua proposta? Essa resposta exige muitos fatores, mas eu diria que um dos maiores motivos é o que eles têm a capacidade de não terem a menor vontade de renovar o estilo e sabem bem o que esperamos nesses grupos.
Formado em Los Angeles por Mike De La O (guitarra), Chris Monroy (guitarra e vocal), Pierce Williams (bateria) e Brian Rush (baixo), chegam no seu quinto disco entregando um álbum de puro miasma, daqueles purulentos, então as escolas Morbid Angel, Pestilence Gorguts e Death são totalmente bem vindas!
Relentless Appetite é a abertura perfeita para te fazer não parar de ouvir esse álbum como um todo! As influências de Deicide tomam a frente, mas o trabalho de guitarra é impressionante, e claro, o sempre bem vindo canibalismo aparece aqui como tema. Apresentações feitas, então agora e só descida ao inferno! Cybernetic Harvest tem aquela quebrada de ritmo maravilhosa e aqui fica aquele trabalho que você pode escolher qualquer som e vai se impressionar ou se divertir. Caindo no clichê máximo, destaque para todas... Mas vamos apontar Verminous Embodiment e Messiah of Rage.
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3) "Adfectus" (2022) - Introtyl
Aproveitando a passagem brutal que o quarteto mexicano teve no Setembro Negro 2022 e ainda mais feliz em saber que elas voltam para o Brasil em turnê ao lado do Nervochaos fui ouvir a discografia do Introtyl. Deixando um pouco de lado o fato de ser um grupo de mulheres e que isso é sempre um fator que dificulta, eu fico bem feliz que o nome desse grupo venha ser reconhecido aqui! Quero dar um destaque nesse trabalho para a baterista Annie Ramírez, uma máquina percussiva destruidora, ouça por exemplo Abyss e Under My Skin, eu notei muito de Suffocation, o que é uma baita referência. Aqui temos oito musicas com pouco mais de 30 minutos, ou seja, a velha escola vem com forma, como em Fear e aquela vibe do Sepultura do "Bestial" em Inner War. Eu sempre falo aqui que precisamos conhecer cada vez mais o metal produzido na América Latina e o Introtyl confirma isso!
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4) "Born Of Fire" (2020) - Ross The Boss
O que você espera ao se deparar com um álbum do mestre Ross The Boss? True metal, logicamente da mais velha escola! A capa já faz o favor de nos mostrar o fogo, o demônio e claro, mulheres, pois estamos aqui frente a um dos formadores do DNA do Manowar. Só que não posso negar que esse trabalho me surpreendeu por dois motivos, primeiro pela duração das músicas que não são tão grandes, como poderia imaginar e o lado mais agressivo, bem marcante no trabalho como em Glory to the Slain, sem aberturas nem intros, só heavy puro! Marc Lopes consegue não ser uma cópia de Eric Adamns o que é ótimo. O fato de ter aqui o grande baixista Mike LePond, me impressionou.
Meus destaques vão para Fight to Fight e Denied By The Cross. Vi umas críticas sobre a parte vocal o que eu entendo, mas acho que na verdade isso se deve ao pessoal esperar passagens mais votadas para a banda do mestre Ross, tirando isso do caminho, se você curte o "Fight" vai adorar a carreira de Ross que não é chamado de Boss à toa.
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5) "Culture Of Death" (2024)Planet On A Chain
Estou querendo trazer mais Hardcore para o canal, então nada melhor que começar com um dos grandes, o Planet On A Chain vem desde o final dos anos 90 com seu hardcore com passagens de punk e nesse trabalho temos aquela vibe de sai da frente que a porrada vai comer solta! Tome, por exemplo, Invalitation, impressiona como Dave Ackerman consegue cantar com tanta raiva e poder, o mesmo pode ser dito da bateria de Brian Stern. Meu destaque vai também para a letra de Culture of Death sempre atual. Um trabalho para bater cabeça e refletir, algo que só o verdadeiro hardcore consegue.