Resenha #376: "Memorial" (2006) - Moonspell

Salve Headbangers! Muitas vezes eu pego alguns álbuns aleatórios de bandas que eu gosto para ver como eles me soam hoje em dia e lembro que na época que eu ouvi "Memorial" fiquei fascinado pela proposta e, principalmente, porque esse trabalho veio depois de um grande feito na sua discografia que foi "The Antidote" (2003), assim "Memorial" era o Moonspel mostrando que é bom experimentar coisas novas, mas também é importante voltar às suas raízes, por isso mesmo que as auras do Black Metal se encontrariam presentes, assim como a grande vertente atmosférica de nomes como o Tiamat.
E a promessa não foi falha, pois "Memorial" é uma demonstração de força, claro que temos "Wolfheart" (1995) e "Irreligious" (1996) que são mais extremos, isso se a ignorarmos, por exemplo, o projeto Daemonarch, porém não tem como não ouvir Finisterra e não bater cabeça e notar que as doses de black metal foram substituídas por algo mais próximo do death metal em si.
Olhando em expectativa, "Memorial" é o sétimo trabalho, algumas mudanças são visíveis como os vocais mais barítonos deram espaço para um canto gutural. Eu realmente aprecio quando Fernando Ribeira vai para as veias mais extremas e ele como poucos consegue passar raiva e dor em um único trabalho. Os sintetizadores estão em segundo plano e aqui temos os trabalhos de guitarra melhores apresentados, note que isso nunca foi um grande destaque do Moonspell, mas não da para negar a vontade de soar mais extremo, o que, como citei acima, é válido, muito válido!
In Memorian é um interlúdio rápido e serve muito bem para ser ouvido na sequência de Finisterra, esse som é a melhor definição do que é o Moonspell, vocais agressivos em contra ponto com melodias muito bonitas que se fundem. A lembrança da morte é aterrorizante e isso vem em Memento Mori, aqui a aura gótica do Moonspell se funde com esse outro grande momento mais voltado às raízes. O mesmo pode ser dito de Once It Was Ours e é incrível como o canto gregoriano, quando bem usado, é totalmente profano.
Sons of Earth é mais uma das peças instrumentais do álbum que consegue logo passar para Blood Tells, seu andamento mais arrastado faz um jus ao passado da banda e logo Upon The Blood Of Men e Best Forgotten são responsáveis pelos momentos épicos do álbum com a primeira fazendo um grande esforço no black metal algo que sempre esteve presente na sonoridade dos lusitanos. E claro, se tratando de um álbum tão impactante, normal que mais de uma faixa venha a ganhar o destaque e um lugar cativo nos set lits e essa vaga acredito que cabe a Luna, um som gótico e sombrio, ou seja, Moonspell em todos seus aspectos!
Eu tenho um grande apreço pela obra do Moonspell e esse é um dos álbuns responsáveis por essa admiração.
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TRACKLIST:
1) In Memoriam
2) Finisterra
3) Memento Mori
4) Sons of Earth
5) Blood Tells
6) Upon the Blood of Men
7) At the Image of Pain
8) Sanguine
9) Proliferation
10) Once It Was Ours!
11) Mare Nostrum
12) Luna
13) Best Forgotten
14) Atlantic
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FORMAÇÃO:
Fernando Ribeiro - vocais;
Ricardo Amorim - guitarras e teclados;
Pedro Paixão - teclados e guitarras; 
 Mike Gaspar -bateria.