Papo Underground #11: A importância do Tristania Para a Cena Extrema

Salve headbangers!
Quem viveu a década de 90 na cena do metal deve lembrar o quanto o metal gótico/sinfônico teve uma grande explosão, lançando bandas um tanto quanto significativas, como também outras que acabaram morrendo na praia o que, nada mais justo, pois se tratava de clones sem graça! E como cada movimento tem os seus grandes nomes formadores, é impossível descartar o Tristania como a energia que fez o gothic metal ser um gênero tão forte como é hoje. Então, após declararem o seu fim, vamos reverenciar essa grande banda!
Formado no ano de 1996 em Stavanger na Noruega, o Tristania iniciou-se como uma banda de doom/death metal iniciaram o projeto Einar Moen (sintetizador), Kenneth Olsson (bateria) e Morten Veland (guitarra e vocal). Vale destacar que Moen e Veland faziam parte de uma banda chamada Uzi Suicide e na audição de alguns sons dessa banda já é possível notar algumas influências futuras na sonoridade do Tristania.
Para essa primeira formação, uniram-se a banda Rune Østerhus (baixo) e Anders Hoyvik Hidle (guitarra), assim, eles entram em estúdio e é lançada a primeira demo e lá tiveram o encontro com Vibeke Stene que ironicamente era só para gravar uma participação, mas acabou se tornando uma alma da banda e não da para negar que desde a sua saída, o Tristania perdeu, e perdeu muito.
Com a demo lançada e distribuída, é em 1997 que a Napalm Records oferece uma proposta que acaba sendo aceita e temos o primeiro registro, o mini CD autointitulado que contém as músicas da demo, mas que já mostravam que estávamos de frente a uma sonoridade diferenciada, ideias essas que se confirmaram com "Widow's Weeds" (1998) um trabalho que une passagens do metal sinfônico do doom, do death metal e até mesmo do black metal e do rock gótico. O resultado positivo faz a banda abrir a turnê do Lacrimosa, do Solefald e do Haggard. Vejo esse trabalho como um dos mais importantes dentro do estilo e entra fácil naquela lista de álbuns de estreia marcantes para uma banda e que são peças fundamentais na consolidação de um estilo.
"Beyond the Veil" (1999) marca um grande aumento da popularidade e ao mesmo tempo que uma queda, tendo todas as letras compostas por Morten Veland ao lado de Moen sendo que Veland ainda se encarrega das guitarras do trabalho e dos vocais guturais, dono de um estilo que foi emulado por muitos vocalistas até hoje, entretanto em 2000 Veland sai da banda e vai formar o Sirenia que continua até hoje ativo com uma certa rotatividade de vocalistas.
"World of Glass" (2001) é um trabalho muito lembrado por fãs como uma volta por cima do Tristania que na falta de Veland tivemos Ronny Thorsen (Trail of Tears) que tenta emular, mas na minha visão fica um pouco abaixo e participa apenas das gravações. Os vocais limpos contam agora com Jan Kenneth Barkved e Østen Bergøy e logo após, é consolidado na banda Kjetil Ingebrethsen, esse sim muito mais efetivo nos vocais guturais e Østen Bergøy é também firmado como membro dessa nova encarnação do Tristania.
"Ashes" (2005), o quarto trabalho, mudou muito a proposta apresentada até aqui, os corais deram espaço para passagens mais progressivas, o que descaracterizou um pouco a banda, mas compressível, sendo que o objetivo era se afastar do mar de clones que eles mesmo ajudaram a criar.
No ano de 2006 mais uma baixa, o vocalista Kjetil deixa o grupo e minha surpresa foi quando temos em 2007 "Illumination", um registro que, eu que já tinha deixado a banda de lado, me fez voltar, pois tínhamos nos vocais Vorph, da lenda Samael. Um ano após a saída mais sentida pelos fãs, aos quais eu me incluo, em 2007 Vibeke Stene é substituída pela talentosa Mariangela "Mary" Demurtas, porém a difícil missão de substituir uma lenda cai nos seus ombros e mais um ano e mais uma saída, dessa vez o guitarrista Svein Terje e como desgraça não vem sozinha, temos em 2009 outra baixa, o vocalista Østens Bergøy.
Uma banda desmontada, mas que segue em frente, assim temos em 2010 "Rubicon" que ensaia uma volta ao passado da banda com as participações de Østen Bergøy nos vocais e de Pete Johansen no violino, porém faltava algo!... Em 2013 temos "Darkest White" um ótimo registro, mas encerrava assim, em 2022 é anunciado o fim do Tristania, um nome que soube se reinventar, mas acima de tudo criar uma escola para o estilo, e arrisco dizer que sem eles não teríamos outros nomes com tanta influência.