Terror Underground #42: "A Transfiguração" (2017)

    Salve headbangers! No mês do Halloween é normal que o terror ganhe um destaque na grande mídia, infelizmente sabemos que o estilo vem sendo bombardeado por um leque de produções sem criatividade, sem roteiro, sem graça e sem alma. Porém é no cinema independente que está a salvação, assim como na música extrema eu diria. "The Transfiguration" é o trabalho de estreia do diretor Michael O’Shea, contando com uma excelente atuação do seu pequeno núcleo de atores o filme vai te levando para uma atmosfera que brinca muito com o que é real e o que é ficção.


    Milo (Eric Ruffin) é um garoto que vive com seu irmão mais velho depois do suicídio da sua mãe e a morte de seu pai, tal situação o leva para uma espiral de loucura e depressão, até que chega aonde ele encontra refúgio para a sua dor... Adivinhem... bem no vampirismo!
    Na primeira cena temos Milo já atacando um empresário em um banheiro, claro que fica implícito como ele foi parar ali com o sujeito, é a primeira cena que ele tem contato com sangue e principalmente a forma que ele o consome retratam o porquê do ataque. Ao longo do filme você vai tendo indícios do passado de Milo e o que levou ele a ter tal postura e fixação pelo vampirismo que ganha mais profundidade à medida que ele conhece Sophie (Chloe Levine), uma jovem que compartilha um passado trágico com o protagonista e serve como balança moral para ele.


    O romance que se constrói lembra um pouco o filme "Deixe Ela Entrar", à medida que esse e outros filmes são citados ao longo do roteiro desde o clássico "Nosferatu" até mesmo tiradas de sarro com "Crepúsculo".
    Instabilidade emocional e solidão são tônicas do filme que consegue ser uma obra bastante realista até o seu fatídico final, em um gênero tão saturado como o de vampiros "A Transfiguração" apresenta sangue novo para o terror.