Entrevista #51: "Heavy Culture"

Salve Headbangers!
Como sempre gostamos de dizer aqui, nós somos fãs demais de todos que dedicam parte do seu dia a dia para fazer algo para a manutenção e fortalecimento do Heavy Metal como uma manifestação artística, por isso, não é espanto nenhum que ao longo dos nossos seis anos de existência sempre conseguimos dar destaque para mídias do nosso Underground. E para comemorar a marca de ultrapassar 50 entrevistas publicadas, nós trocamos ideia com o pessoal do canal Heavy Culture.

1) Primeiramente, agradecemos a participação de vocês nessa entrevista! Gostaríamos de saber quando/como surgiu a ideia de formar o canal e se vocês (se apresentem) já se conheciam ou os primeiros contatos entre vocês foi feito para a criação desse projeto?
Ivan Agliati - Eu e Jay Kay não nos conhecemos pessoalmente, porém temos contato faz anos, seja por app ou por parcerias com seu antigo site, o Metal Attack. Anos mais tarde esse contato de tornou mais frequente em grupos e no início da pandemia resolvemos criar um formato de Lives, que foram feitas no Facebook, passando logo em seguida ao Youtube, sob nome de Heavy Culture. A ideia sempre foi de trazer convidados que tínhamos identificação, influência ou que pudessem agregar ao assunto que nos une, que é a música pesada e suas ramificações, pois o objetivo é a propagar informação. Desde o início, sempre tivemos apoio de outras pessoas e o feedback veio de forma orgânica e sincera por parte do público que nos segue e participa, sugere, e tem liberdade de até se unir ao canal caso seja importante.

2) Com a ideia do canal criada, como foi a organização para o início dos trabalhos e também como foi a sensação de ver o primeiro vídeo sendo postado no canal?
Ivan – O início foi algo bastante amador e sincero, pois ambos não possuímos formação na área da comunicação, foi tudo na forma de “como gostaríamos de assistir”, ou seja, a expectativa era grande, mas o nosso feeling ajuda nisso. E procuramos por ter convidados que tragam conteúdo relevante, que possa agregar, nada de trazer pessoas que queiram se promover, sem nada à oferecer, esse tipo de situação passamos longe. E posso te dizer, que é um enorme prazer ter essa trajetória colocada semanalmente no canal. E tem muita coisa boa ainda por vir, muitas ideias, e muitas ações.

3) Vocês têm uma lista de convidados que é invejável! Rola algum nervosismo na hora de entrevistar essas verdadeiras lendas? Falem sobre essas experiências.
Ivan – Primeiramente, somos fãs de música, entrevistando nossos ídolos e pessoas de relevância no meio, então é sempre uma novidade, pois nada é previamente conversado, sem cartas marcadas. É claro que falamos com os convidados antes de clicar o Play, mas é apenas pra descontrair e tirar dúvidas, e já temos um roteiro entre o staff do canal, e quando o vídeo começa, o convidado dita a regra do jogo na maior parte do tempo, pois ali não é o espaço do pessoal do aparecer, mas sim o sujeito da vez, talvez seja um de nossos diferenciais, não ser a atração, mas sim deixar de lado egos e falar de Música, que é o foco no canal. Se rola nervosismo? Sempre. Mas é ótimo e nos faz querer nos desafiar cada vez mais, desafiar os convidados a falar e trazer novidades, sem cair na armadilha do comum, do sensacionalismo barato, que é algo que primamos, nem mesmo ficar na tietagem boba e comum, por mais que ter convidados como Mantas (Venom), Chuck Billy (Testament), Mitch Harris (Napalm Death), Rick Rozz (Death, Massacre), Jairo Guedz, Max Cavallera, Wino, vários outros, que crescemos ouvindo e assistindo nos palcos, tudo isso faz as pernas tremerem e a fala falhar, mas isso é o desafio, ali está adrenalina, o tesão por criar o canal.

4) Como é o processo de contato com os músicos? Vocês já tiveram algum embaraço com alguma recusa? E, à propósito, qual seria a entrevista dos sonhos para o canal?
Ivan – O caminho ficou mais estreito com a pandemia e com muitos músicos entendendo que a aproximação com seus fãs, não precisa ser de longe ou somente na plateia, mas sim através das redes sociais também, que é onde pode trocar informações, tirar dúvidas e formar uma boa amizade. Claro que existem muitos artistas que não pensam assim ou ainda não entendem esse novo formato de interação, não chegaram nesse estágio de entendimento ou simplesmente não querem ter essa aproximação. Recusas não diria, mas dificuldades por parte de empresários ou assessores, que fazem o trabalho deles ser “estranho” em muitas situações. E sobre metas, temos sim, são tantos nomes. Cada um de nós tem pelo menos 5 nomes que fariam ficar sem dormir até clicar o play, posso citar Tom Warrior, King Diamond, Rolf Kasparek, Andy LaRoque, sem falar em mainstream é claro, que aqui é outro assunto, pra outra etapa e que não está nos planos, já tem gente fazendo e muito bem nesse campo.

5) O Heavy Culture vem se consolidando como um dos canais de maior expressividade no underground, quais são os planos para a ampliação do canal? Existem projetos de expandir para outras plataformas, como ‘podcast’, por exemplo?
Ivan – O canal Heavy Culture não é o meio por onde ganhamos a vida, mas isso não quer dizer que a gente não o trate com seriedade e prioridade, mas sim, existe um planejamento médio prazo de turbinar o canal e ter mais interação e mais alcance. Mas veja bem, são planos, ideias, e talvez o formato se torne diferente sim.

6) Sendo uma mídia independente, como vocês vêm o papel dos veículos mais underground's para o desenvolvimento de divulgação de bandas?
Ivan – O canal esta vinculado ao underground, mas sem ser algo amador, que é onde muitas vezes gera essa confusão, gostamos de trazer tudo da forma mais profissional possível, dentro de nossas possibilidades e visão. E os canais que estão vinculados no underground precisam sim, ter uma postura de credibilidade, mas sem ficar de tapinhas nas costas de amigos, de bandas que não fazem nada ou só querem aparecer nas “melhores horas do dia” e não criam nada de concreto pra fortalecer, ou seja, se não ter nada pra acrescentar ou falar, nem deveria ter espaço. Chega de discursos vazios, bandas ruins nos canais de divulgações, pois ninguém mais suporta, particularmente nem sigo estes espaços, ignoro veemente. Mas como definir isso é o segredo, não é mesmo?

7) Muitos canais estão fazendo festivais online como uma forma de saciar a saudade dos ‘bangers’. Existem planos de vocês para produção de um festival nessa proposta? (Pela quantidade de bandas que vocês conhecem/tiveram contato, seria um ‘cast’ dos sonhos!
Ivan – Sinceramente não passou por nossas conversas e ideias, já tem muita gente fazendo e com mais conhecimento de causa, então vamos assistir estes, se acontecer, será num formato diferente. Mas teremos novidades no campo de shows, cobertura, isso é algo para 2022.

8) Mais uma vez, agradecemos a entrevista! Continuem com esse excelente trabalho que é uma grande inspiração para nós! E para finalizar, gostariam de deixar algum recado para os leitores do Underground Extremo?
Ivan – Percebo que o mesmo tesão que a gente faz o canal acontecer, é o mesmo tesão que VCs fazem o Underground Extremo existir, pois o objetivo é difundir e acrescentar, sem tapinhas nas costas ou mendigar clickbaits. E que sigamos firmes enquanto o tempo nos trazer gostar desses desafios. Obrigado pelo espaço.

Revisado e editado por Carina Langa.