Resenha #236: "Casa Nefanda" (2021) - Disgrace and Terror

    Salve Headbangers! Existem bandas que conseguem evoluir suas propostas de maneiras tão absurdas que você fica até na dúvida de que se trata do mesmo grupo e digo isso não em forma de crítica, mas pelo contrário, pois a capacidade de sair da sua zona de conforto e explorar novas camadas e sonoridades é sempre uma grande virtude.


    Quando conheci essa banda lá por volta de 2005, me lembro que tinha gostado bastante do seu som visceral em trabalhos como "Shadows Of Violence" (2005) e "The Final Sentence", este último que foi lançado em 2013.
    Porém em 2021, o trio formado por foi buscar suas inspirações no poeta maldito Héctor Escobar Gutiérrez e o fato dele ser visto como figura no grata na sociedade e sua casa sendo alvejada pelos cidadãos de bem que a batizaram como uma casa nefanda, ou seja, a casa do execrável.
    Tratando-se de um trabalho conceitual e para deixar essa mensagem bem explícita a intro que abre o registro é Poema XXVII que cria o clima perfeito para a faixa título que aqui mostra toda a evolução do Disgrace and Terror, os vocais estão mais animalescos ao mesmo tempo que é possível distinguir toda a mensagem e as linhas de guitarras estão empolgantes demais já prendendo o ouvinte na primeira audição.


    
Dragon Serpent vem na sequência e impressiona como essas músicas são viciantes, lembrando que estamos falando de metal extremo e uma banda conseguir manter essa pegada é um grande mérito, que se estende ao longo do álbum, nessa faixa em especial a bateria simula um tanque de guerra, bem na linha do Slayer antigo, essa levada de Thrash Metal old school pode ser percebida também em Athanor, que ao vivo deve gerar circle pits insanos.
    Citei o Slayer o que sem dúvida é uma grande referência, mas a aura de maldade desse trabalho me remeteu também a outra banda seminal que é o Morbid Angel, só que não temos aqui uma cópia, o que o Disgrace and Terror atingiu nesse trabalho é forjar sua identidade em sons como Idol Of The Weak.
    Baphomet é o clímax do momento que a banda vive, sendo um dos melhores sons de sua discografia, assim com Left Hand Path que sela a nossa convicção com o carinha da mão esquerda. O.D.I (Hermanos de La Sombra) é uma uma homenagem a todos que trilham a obscuridade e o verdadeiro underground.
Um trabalho ímpar que sem dúvida assim como a poesia de Héctor Escobar irá ressoar através dos tempos.

TRACK LIST:
1) Casa Nefanda (1966 e.v.)
2) Dragon Serpent
3) Idol of the Weak
4) Athanor
5) Baphomet
6) L.H.P
7) O.D.I (Hermanos de la Sombra)

FORMAÇÃO:
Aldyr Rod : bateria;
Rot: vocais;
Bass: baixo
Vinicius Carvalho: guiitara