Resenha #222: "Quando a Chama se Apaga" (2022) - Los Suffers

Com um barulho de chuva que anuncia uma tempestade é assim que se iniciou um dos melhores trabalhos da música de forma geral e não existe nenhuma hipérbole em dizer que se não fosse o auto intitulado trabalho do Black Sabbath provavelmente esse site não existiria e a música como conhecemos hoje também não!
 
 
E sim, com um barulho de chuvas que esse trabalho do Los Suffers se inicia e também esse é o seu debut, e algumas semelhanças com os pais do heavy metal se fazem presentes, mas não somente a caminhada sonora que esse álbum oferece é algo que impressiona e por isso mesmo vamos adentrar um pouco mais nessa viagem sonora poderosa.
 
Composta pelo vocalista e guitarrista Luiz Dias, pelo baixista Jean Carreira e pelo baterista Brendan Kitchen, podemos dizer que é relativamente nova, formada no ano de 2018, o Los Suffers não são originais apenas no nome, mas também nas letras em que cada faixa possui, desde uma passagem mais ácida como também um forte posicionamento anti fascista, o que nos tempos atuais é deveras necessário! Então da fusão de substâncias ilícitas com sonoridades que vão desde Sleep, Saint Vitus, Monolord entre outros, temos as bases do som desse álbum!

Sepulcro é uma intro que combina muito bem com o cenário que está na capa e essa levada mais arrastada continua em Morte em Paz, uma faixa totalmente stoner doom com uma letra bem niilista e ao mesmo tempo muito bonita, recomendo ouvir esse trabalho no escuro para mergulhar na atmosfera criada e no momento que transita entre a desolação e a raiva é impossível não tornar-se fã da banda a partir daí.

Doom Against Fascism é uma declaração de guerra contra todos aqueles que insistem em se manter nessa ideologia podre e nós sabemos quem são, por isso se faz tão importante o ato de não se calar frente ao cenário e ao longo dos seus dez minutos essa é uma das melhores faixas do trabalho por toda a sua mensagem e peso sonoro.
 

On Jack Tall Back além de um belo trocadilho (não entendeu? Então leia o nome da música bem devagar) é uma cruza maldita do stoner com passagens mais agressivas, como nos vocais urrados na melhor tradição do metal morte.

Falando ainda em cruzas malditas, Stoner Mass e una-o com o sludge e com um peso de um monólito coçando contra sua face, esse som ao vivo deve criar uma atmosfera bem claustrofóbica. E para finalizar o pai de tudo Lúcifer é invocado em um som que coloca a dualidade do bem e do mal em cheque. Que levada hipnótica, que banda absurda! Quando a chama se apaga a escuridão domina, escuridão essa que Los Suffers ajudou a deixar mais impenetrável. 

TRACKLIST:
1) Sepulcro
2) Morte em Paz
3) Doom Against Fascism
4) On Jack Tall Back
5) Stoner Mass 
6) Lúcifer 
 
 
FORMAÇÃO:
Luiz Dias - vocalista e guitarrista;
  Jean Carreira - baixista;
 Brendan Kitchen - baterista. 


Links:
Facebook: https://www.facebook.com/lossuffersofficial