Resenha #219: "Antichrist Reborn" (2022) - The Troops of Doom

Salve Headbangers!
Verdade seja dita, a forma como o The Troops of Doom foi trabalhando sua divulgação é uma aula para todas as bandas do Underground. É claro que o nome dos músicos á frente da banda ajudam a abrir caminhos, mas não podemos negar que tudo aqui foi milimetricamente pensado para chegar a um trabalho que impressione, então nenhuma surpresa ao terminar a audição de "Antichrist Reborn" e pensar - "é acredito que ou vi o melhor trabalho de 2022!". Mas vamos detalhar o que nos fez chegar a essa conclusão.


Sem o compromisso de ter que inventar nada, a banda sabe bem o que os fãs querem, death/thrash metal da velha escola, mas com uma produção e mixagem que permite ouvir todos os detalhes e como já citei antes, músicos muito acima da média e com verdadeiros legados no metal nacional, não gosto de usar o termo super grupo porque as vezes acaba zicando a banda, mas não tem como pensar diferente, Jairo Guedz Alex Kafer no vocal e baixo, Alexandre Oliveira na bateria e Marcelo Vasco na guitarra conseguem mostrar uma simbiose invejável, além da qualidade musical já esperada.

Sem intros e sem barulho de vento o trabalho abre com Dethroned Messiah. Esse ódio que a faixa emana me lembrou o grandiosos Headhunter DC principalmente no "God's Spreading Cancer" (2010). Na sequência o lado thrash vem a tona com Far From Your God, o que a bateria faz nessa faixa em especial é absurdo, levadas insanas que devem criar circle pits brutais. o trabalho não desacelera, pelo contrário, Altar of Delusion remete ao death metal na pegada do Vader só com aquela agressividade a mais que é marca registrada das bandas brasileiras.

Grief é aquele interlúdio para você se recuperar e tentar lembrar onde está depois da tríade inicial. Feito isso, temos um dos melhores riffs do álbum em Pray Into The Abyss, caralho como isso é bom e me fez pensar como Jairo fez falta naquela banda mineira lá (que decidi não citar na resenha, pois muita gente vai fazer essa ligação). O mesmo pode ser dito de The Rebellion, pois a levada dessa música é puro metal old school, outra que vai causar graves hematomas nos shows e quero destacar aqui também o refrão da mesma que te chama para erguer os pulsos e bradar pela rebelião dos caídos.


Deserters From Paradise tem tudo para ser uma das minhas favoritas, ela começa menos acelerada, a típica música que é uma armadilha para te pegar de surpresa, assim quando você vê, está moendo o seu pescoço tamanha a desgraça.

Mais um interlúdio que deve ser alguma orientação médica para não matar os ouvintes, Apocalypse MMXXI que logo sede espaço para A Queda e verdade seja dita, João Gordo é um dos vocalistas mais desgraçentos do Metal e a letra desse som é um soco na cara da moral religiosa, sempre necessário lembrar quem é o inimigo. Fechando o trabalho Preacher's Paradox é uma das mais longas e tem aquela influência sabbathica no som, o que é sempre bem vinda e mostra que eles sabem caminhar entre o peso e a velocidade intercalando os dois de forma bem orgânica.

Reafirmando o que falei no primeiro parágrafo, esse é para mim um dos fortes candidatos à trabalho do ano e me deixa bastante feliz que algo tão blasfemo seja lançado no meio dessa maré moralista religiosa, e ainda mais feliz de saber que o metal extremo sempre terá seu espaço, destruindo tudo e à todos mundo afora, hail Satan! Hail The Troops of Doom!

TRACKLIST:
1) Dethroned Messiah 
2) Far From Your God
3) Altar Of Delusion
4) Grief
5) Pray Into The Abyss
6) The Rebellion
7) Deserters From Paradise
8) Apocalypse MMXXII
9) A Queda (feat João Gordo)
10) Preacher’s Paradox
 
 
FORMAÇÃO:
Jairo Guedz Alex Kafer - vocal e baixo;
Alexandre Oliveira - bateria;
Marcelo Vasco - guitarra.