Playlist Extrema: "Para Sua Semana - King Diamond, ACDC, Kreator, Machine Head, Immortal"

Salve Headbangers!
Querem saber um pouco do que nossos redatores andam escutando, com opiniões polêmicas e nem sempre simpáticas? Pois bem, você chegou no quadro certo, vamos ver o que o Harley tem a dizer dos álbuns abaixo, lembrando que essas são mais opiniões do que análises críticas e os álbuns podem futuramente ganhar resenhas completas.
 

King Diamond - "The Eye"
Ainda não sei porque diabos Hollywood não olhou para as obras do rei diamante, pois em cada álbum que ele se propõe à escrever temos narrativas que dão banho nos jump scary movies atuais. "The Eye" é mais um daqueles trabalhos que você sabe o que vai encontrar nele e isso, nem de longe, é uma ofensa, pelo contrário, Diamond não erra.
 
Falando rapidamente da narrativa, temos aqui a apresentação dos personagens que são Jeanne Dibasson, que foi acusada de bruxaria e logicamente, como era uma prática da época, ela foi condenada e queimada viva no tribunal Chambre Ardente. Pois bem, depois de executada, duas garotas encontraram um colar, 'O olho' e a partir daí uma maldição se decorre e só quem ouvir o trabalho vai sacar, mas vale o spoiler aqui, teremos drogas e sacrifícios de crianças tudo vindo da mente do mestre King.

Musicalmente falando "The Eye" não é lembrado como um dos melhores trabalhos da banda mas The Curse, The Meetings e Behind These Walls são ótimas e note também as linhas mais macabras de Insanity. Depois desse trabalho a banda entrou em pausa, o que fez o Mercyful Fate retornar.
 

 
ACDC - "Black Ice"
Existe aquela máxima que defende que apenas algumas bandas podem gravar o mesmo álbum mais de uma vez e sem dúvida alguma, o ACDC é uma delas, e não tem jeito, "Black Ice" é uma fórmula de sucesso, mas antes que pensem que não gosto do CD, deixem-me dizer que esse é um dos melhores lançamentos da discografia dos australianos, superando (na minha opinião, claro) trabalhos como "Rock Or Bust".
 
Pode ser um pouco de carga nostálgica, pois esse foi o último registro com Malcon Young e Phil Rudd, dois pilares da banda. Por isso não fuja do atropelamento provocado por Rock´n´Roll Train e Big Jack que são puro ACDC, já War Machine faz jus ao nome, sendo uma das mais pesadas, contrapondo ao blues de Storm May Day. Enfim, não vou esmiuçar o álbum (por enquanto) mas isso aqui é música de qualidade e atemporal, sem mais!
 

 
Kreator - "Enemy of God"
Enterrando de vez aquela fase gótica/new metal na qual o Kreator andou passeando, "Enemy of God" veio na sequência de "Violent Revolution" e confirmou de vez o que seria o Kreator atual, em ótima fase diga-se de passagem! Com elementos mais modernos somados à proposta do Thrash metal, fazendo assim, um trabalho que se deixa ouvir fácil.
 
Sons como Enemy of God e Impossible Brutality são faixas presentes no set atual e ainda temos outras que não podem ser deixadas de lado como Dying Race Apocalipse e abençoando de vez essa nova fase dos alemães, Michael Amott (Arch Enemy) participa dos solos em Murder Fantasies. Um álbum que consegue ser devastador e bonito ao mesmo tempo, não se prenda ao Kreator do passado e ouça esse trabalho que é um dos melhores da discografia da banda.
 
  
Machine Head - "Blackening"
Quem acompanha a cena musical há bastante tempo, deve lembrar do grande estouro que foi o "Burn My Eyes" do Machine Head, pois além de ser um trabalho excelente tínhamos ali músicos do grande Vio-lence o que é um baita padrão de qualidade! Entretanto o new metal veio e atingiu muitas bandas, inclusive o Machine Head que fez alguns álbuns, digamos, questionáveis, para dizer o mínimo, mas a banda soube como poucas se reerguer e prova disso está em "The Blackening" que na minha opinião, é uma ponte de transição para o que viria a ser o Thrash Metal nas próximas décadas.
 
Clenching the Fists of Dissent com seu início mais brando e acústico vem ao passar dos segundos em uma crescente monstro. Aesthetics of Hate é pesada e impactante, o mesmo pode ser dito de Beautiful Mourning. Now I Lay Thee Down consegue sair da zona de conforto, tudo isso no mesmo álbum, penso que dificilmente o Machine Head irá superar o que fizeram aqui, um clássico recente.
 
 
  Immortal - "Pure Holocaust"
Digam o que quiserem acerca do Abbath ter se tornado um meme ambulante, e sobre os clipes do Immortal terem envelhecido muito mal, um grande foda-se a isso tudo, pois "Pure Holocaust" é uma obra prima, um trabalho que é muito superior a 90% da cena norueguesa e que tem aquele status de definitivo para o estilo .
 
Se tratando do seu segundo trabalho, já podemos dizer que as qualidades presentes em "Diabolical Fullmoon Mysticism" foram mantidas, porém acentuadas, não à toa que isso conferiu ao Immortal o título de Holocaust Metal, méritos de Demonaz e Abbath, sim só dos dois, porque é fato que por mais que Erik “Grim” Brødreskift está creditado no álbum, as linhas de bateria foram feitas pelo mitológico Abbath.
 
Outro ponto que torna esse álbum muito diferente do que temos no cenário é que o satanismo é jogado para o segundo plano e as terras gélidas e a sensação de vazio que só as florestas boreais podem nos passar são homenageadas aqui. Unsilent Storms in the North Abyss, Frozen by Icewinds, e claro, Pure Holocaust são os destaques aqui e depois tivemos o grande "Battles in the North", mas isso fica para um próximo texto.