Resenha #207: "Insulto" (2021) - Corja!

Existem bandas que conseguem por meio da sua música passar uma energia tão forte que é impossível você não ficar impressionado e fatalmente virar um fã convicto. Esse fenômeno ocorreu comigo com a Corja!.

Essa banda de Fortaleza/CE formou-se no ano de 2017 e me foi apresentada pela Nata de Lima do Manger que indicou os indicou para participar da segunda edição do "Underground Extremo Festival Online" e quando fomos ver e ouvir a apresentação, ficamos de queixo caído, o que nos levou ao trabalho "Insulto" que já é forte candidato a ser um dos melhores trabalhos do ano!
 

Unindo a bagagem de músicos do underground que conseguem passear por várias vertentes dentro do metal, assim o thrash e o death encontram, sem menor freio, o hardcore e o new metal tirando dessa forma o ouvinte de sua zona de conforto, lhe apresentando um som que é deveras pesado e ao mesmo tempo com aquela personalidade que vai te fazer associar a sonoridade do Corja! e atingir isso logo no seu debut, é um ótimo sinal!

A arte da capa também chama atenção e passa aquela mensagem de um grito preso na garganta, me pareceu que até mesmo podemos estar fazendo uma releitura da famosa obra de Much.

Princípio do Caos abre o trabalho com som de manifestações, sirenes e tiros e se você quer vir com aquele discurso de - "Ah não, mais uma banda que mistura política com metal!", sinto lhe informar, mas esse som não é pra ti, muito menos esse site, pois vale sempre afirmar que viver é um ato político e se revoltar com que está ao nosso redor é uma função da arte!
 
Logo temos O Jogo e aqui somos apresentados aos vocais de Haru, que não é exagero nenhum dizer que ela é umas das melhores vocalistas da nossa cena extrema que soma-se a nomes como Tati Klingel, Angelica Burns, Nata de Lima e May Undead como excelentes 'frontwomans'. E para não ficar repetitivo, nesse som ela já mostra do que é capaz e fará ao longo do álbum, a energia que se observa é absurda.

Do Lar ao Caos tem um vídeo clipe que casa com a mensagem da capa e do álbum em si, o som tem uma pegada thrash com os vocais cantados por cima em uma linha hardcore, as guitarras tem aquele jeito de metal moderno só que aqui está o diferencial do Corja!, pois a música não é previsível, no meio dessa massa sonora novos elementos vão se intercalando, deixando o ouvinte abismado.
 

Muros Altos traz a veia crítica ainda mais exposta, é um som que é impossível não querer quebrar o pescoço. Egoísmo é uma sequência direta do som anterior, com o trabalho de bateria aqui muito bem encaixado com aquela versatilidade que já foi elogiada nessa resenha.

A faixa título tem aquele baixo bem pegado, puxando a frente de mais uma tempestade, aqui acredito que o título Insulto faz verdadeiro sentido, de ser algo ofensivo para ouvidos sensíveis. Miséria é um interlúdio que marca a chegada de Coquetel Molotov com uma pegada bem hardcore, por isso mesmo, uma das mais curtas e diretas do álbum.
 
Donos das Nações é outro som que deve ser um massacre ao vivo, as guitarras tem pegada de Suicide Silence e esse refrão fica na cabeça por dias. Finalizando o trabalho Nothing mostra caminhos que a banda pode vir a seguir no futuro, mas não esperamos nada menos que brutal!
 
 
TRACKLIST:
1) Princípio do Caos
2) O Jogo
3) Do Lar ao Caos
4) Muros Altos
5) Egoísmo
6) Insulto
7) Miséria
8) Coquetel Molotov
9) Dono das Nações
10) Nothing
11) Alter Ego - Remix
 
 
FORMAÇÃO:
Haru  - vocais;
Darlan Pinheiro - guitarra;
Raul Marques - guitarra;
Silvio Romero - bateria;
Pedro Felipe - baixo.