Resenha #193: "Destroying The Fucking Disciples Of Christ" (2014) - Crucifixion BR

Desde que os mineiros do Sarcófago mostraram ao mundo como é que se faz Black e Death Metal que o Brasil tem uma safra contínua de grandes bandas destes estilos e estas seguem chamando atenção mundo afora, provando que muito além da cena norueguesa, existem representações de força e profanação satânica.
 


O Crucifixion BR possui mais de 20 anos de estrada, inicialmente formado no Rio Grande do Sul e depois migrou para São Paulo, mas confesso que me pegou de surpresa o fato de que esse é o seu primeiro trabalho full. Caindo no máximo dos clichês, a escolha valeu a pena, pois não importa se você chama de death/black ou qualquer rótulo, o som aqui é mal, no sentido de obscuro mesmo, passa aquela sensação ao ouvir o opus de sentir a aura do ambiente pesar.

Antes de falar mais da parte musical, quero destacar o esforço de dois guerreiros do nosso underground, Lord Grave War - Marcio ‘Maxx’ Guterres que está na voz, guitarra e baixo e Darkmoon - Juliana Novo na bateria, já tivemos a honra de conversar com eles em festivais e é nítido a paixão que eles apresentam pelo som extremo assim como é evidente como acreditam (com razão) na filosofia e no som que a Crucifixion BR merece.

War Against Christian Souls abre o trabalho e nos transporta para uma guerra, uma tempestade sonora envolve o ambiente. Note como tudo é muito orgânico e violento, os vocais são vomitados de uma forma muito única.

Crucifixion é um tanque de guerra desgovernado! Para quem curte, por exemplo, Behemoth e acha que temos a melhor fusão de black/death, recomendo ouvir esse álbum e comece por esse som. Na sequência Eternal Judgement que já era um som mais conhecido devido ao clipe e temos mais uma aula de como soa o blackned death metal, importante destacar como esse opus vem numa crescente, a forma como as faixas foram montadas torna a audição bem prazerosa, pois temos momentos de pura violência com outros mais introspectivos, como observará no início de Slaves of Christ, ou na épica Apocalyptic Sentence.


 
 
De quebra a banda apresenta algumas influências do Metal tradicional como a levada de Future Memories of a Hell e a faixa título que é, na minha opinião, um dos melhores sons do metal extremo nacional, além da sua letra que é corrosiva e diria até, inspiradora!


Como você leitor deve ter observado ao longo dessa resenha, eu tenho uma admiração grande pelo trabalho da Crucifixion BR e acredito que o seu legado para o underground é de grande relevância e esse opus já é um necro capítulo da nossa cena.



TRACKLIST:
1) War Against Christian Souls
2) Crucifixion
3) Eternal Judgement
4) Dead Generations
5) End of a Life
6) Apocalyptic Sentence
7) Slaves of Christ
8) Future Memories of a Hell
9) In the Shadows of Obscurity
10) I’m Dead
11) Soul’s Rupture
12) Destroying the Fucking Disciples of Christ
13) Schizo
 
 
FORMAÇÃO:
Maxx Guterres - vocalista e guitarrista;
Juliana Novo - baterista;
Beto Factus - baixista;
Miller Borges - guitarrista


Contatos:
 
Revisado e editado por Carina Langa.