Entrevista #49: Ascoroso

Salve Headbangers, nossa entrevista de hoje vai fazer o regozijo de quem curte podreiras, tripas e gore, pois estaremos conversando o Ascoroso, que como o nome já entrega faz uma sonoridade voltada ao mais explícito e grotesco do underground.



 
1) O Ascoroso é um projeto novo que foi inicialmente idealizado como uma ‘one man band’. Quando surgiu a ideia de montar a banda e quem é Vinícius Capiroto? Para nossos leitores que não te conhecem!

R: Meu nome é Vinícius, mais conhecido como “Capiroto”, sou de Sousa/PB, vocalista (berros) e membro fundador da Ascoroso, estudo Radiologia, já estudei Auxiliar de Necropsia, também já fui guitarrista e baixista em outras bandas. E foi daí que me veio a ideia de formar a banda, pois apesar de eu tocar em bandas de Metal e Punk, desde muito cedo eu curtia temáticas Gore e queria formar uma banda que fizesse um som mais Brutal, Pútrido, Nojento e que incomodasse aos ouvidos mais sensíveis.


2) A cena do Nordeste é sempre vangloriada como um dos cenários mais prolíficos no que tange o metal extremo. Falando agora mais especificamente da Paraíba, como é a cena do seu estado, e como o cenário atual da pandemia vem afetando o metal extremo nesta região?

R: A cena na Paraíba é um pouco dividida com relação às cidades, mas quando rolavam eventos a galera podia se conhecer, aí começava uma amizade, inclusive um dos motivos para a Ascoroso começar como uma “One Man Band” foi a falta de muitos músicos de Metal Extremo na minha cidade. Mas apesar disso existe uma quantidade grande de bandas de Metal, e o que impressiona é que mesmo em cidades pequenas tem bandas de excelente qualidade.

Com relação a Pandemia, acho que afeta as bandas como em quaisquer outros lugares. Não podemos nos apresentar em eventos pois são cancelados, então algumas bandas tiveram que fazer o que muitas fazem: apresentações em Live nas redes sociais.


3) A discografia do Ascoroso conta com 5 EP’s e uma porrada de ‘splits’. Esses materiais saíram de forma física? É possível adquirir com algum selo ou distro?

R: Infelizmente no Brasil não saiu nenhum material em forma física, mas em alguns poucos países da Europa alguns Selos conseguiram lançar alguns “Splits”, não pelo meu selo Vocífero Cangaço mas em parcerias apenas de divulgação digital. É possível sim adquirir com eles, é só dar uma pesquisada pela Ascoroso. E o motivo de não ter saído em forma física aqui é pela dificuldade de entrar com uma verba significativa.



4) O ‘gore grind’ é um séquito underground dentro do próprio underground. Quais foram ou são, as maiores dificuldades de se manter um projeto voltado para essa influência aqui no Brasil?

R: Acho que por ser um Subgênero Underground mais brutesco, com temáticas repulsivas e violentas, com letras, capas, e visual grotesco em geral, acaba desagradando até mesmo quem curte Metal Extremo por achar que são temas de mal gosto, por mostrar corpos violados e tudo que é relacionado ao Gore. Algumas vezes há censuras por nomes de faixas, discos, capas. Mas também há quem goste!

 
5) Atualmente o Ascoroso encontra-se no formato ‘power’ trio. Vocês pensam futuramente em anexar um guitarrista à formação ou a atual seria o ideal para a sonoridade que a banda quer seguir?

R: Por enquanto ainda não penso em colocar um Guitarrista (até mesmo pela dificuldade de encontrar um que queira), mas quem sabe futuramente eu decida colocar mais um membro nas 666 cordas. E por enquanto eu prefiro a sonoridade que a banda vem fazendo com o Baixo mais grave, distorcido e sujo, Bateria e o Vocal Gutural grave e às vezes com Pitch Shifter.


6) As letras do Ascoroso são todas em português, é impossível não notar uma veia política e uma grande dose de humor negro no som! Em tempos de moralismos e de ataques a população, principalmente mais carente, o Ascoroso já sofreu algum afrontamento por parte dos ‘web bangers’?

R: Poucos vezes coisas assim aconteceram, coisas mínimas mesmo, como ser xingado por fazer um clipe de uma música que é Anti-Nazismo e no clipe aparecem Neonazistas, o Hitler (Imagens de filmes) e de gente apanhando na rua. Mas são tantos comentários que fica difícil de lembrar já que a maioria dos comentários são bons.


7) Em um cenário pós pandemia, teremos o Ascoroso rondando os palcos do país, e para quem não conhece muito o cenário ‘gore grind’ que bandas poderiam indicar para quem está iniciando no ramo da podridão?

R: Eu vou começar a indicar a banda que mais me influenciou no Goregrind, o Haemorrhage. Indico também o Carcass (no começo), Last Days of Humanity, Rompeprop e General Surgery.

Mas também não posso deixar de indicar algumas Bandas Brasileiras que fazem um som Brutal FODA! Como o Crotchrot, Flesh Grinder, Insepsy, por exemplo.


8) Obrigado pela entrevista! Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Underground Extremo? Sinta-se à vontade!

R: Eu agradeço em nome da Ascoroso pela oportunidade de mostrar a Anti-Música, mostrar nosso trabalho Gore para quem ainda não conhece, e que venham ou não a gostar.

Tudo que Sangra, vai Sangrar! Aproveitem suas Ascorosas vidas miseráveis!

E QUE A CARNIFICINA CONTINUE!