Resenha #44: "Antípodas" - Miasthenia

Navegando por terras desconhecidas no Metal Extremo

Desde a primeira audição de Antípodas, tive a convicção que esse era um dos melhores trabalhos na discografia da horda, porém fui ouvir os CD's anteriores para confirmar essa afirmação, e depois desse processo, posso dizer com tranquilidade, o Miasthenia alcançou o ápice do seu potencial e reafirmo não é apenas um dos melhores trabalhos da horda, é também, um dos melhores lançamentos do metal nacional.

Na verdade não chega a ser surpreendente tal resultado, afinal de contas, já se passaram 23 anos de estrada e o trio atualmente formado por Hecate (Vocal e Teclados), Thormianak (Guitarras e Contrabaixo) e V. Digger (Bateria), primam por uma qualidade e um arranjo técnico em cada detalhe.

Impossível não se impressionar com a capa desse trabalho, o uso de cores e a arte que embalam tal lançamento, desenvolvidas por Márcio Menezes (da Blasphemator Art). Antípodas são pontos opostos no globo, e isso faz uma referência ao fato de as terras americanas estarem ao oposto da Europa, tal conceito lírico já coloca o Miasthenia a frente de muitas hordas, que apenas usam o demônio cristão, para promover sua mensagem.



Hecáte como historiadora, nos traz um relato das sociedade ameríndia antes da chegada do homem branco, e tal processo é narrado com um misto de ódio e revolta de um povo que foi subjugado, mas não se entregou de maneira pacata.

Em entrevista realizada com a banda (em breve no canal), foi dito que esse álbum mostra o Miasthenia se livrando das amarras que o estilo carrega consigo,e sinceramente, definição melhor não poderia ter, observe como os vocais limpos estão bem encaixados e as melodias ainda mais envolventes.


"Coniupuyaras”, “Novus Orbis Profanum”, a faixa título do álbum e "Ossário", são apenas alguns destaques, mas a melhor forma de entender a grandiosidade desse trabalho é ouvir o mesmo na íntegra, pois irá se revelar para o ouvinte a obra prima que é Antípodas.